RG :: Biografia
MAIN MENU

Biografia

Nascido em Jundiaí - SP, no ano de 1964, desde cedo Renato Gobbi mostrou forte paixão pela arte sacra. Descendente de italianos, que conservavam algumas tradiçoes do sul da Itália, como visitar e conservar seus túmulos sempre limpo e floridos, o pequeno Renato acompanhava a família semanalmente até o cemitério, nada de sinistro apenas uma atenção especial com os mortos. Mas no cemitério, cuidar desse pequeno não era nada fácil, um simples descuido, ele sumia e voltava com os braços cheios de santos quebrados e seus pais ao perguntarem qual era a intenção dele com aqueles santos, a resposta era simples, dizia que levaria para casa, consertaria-os e na semana seguinte traria de volta e devolveria-os arrumados e perfeitos. Obviamente, não tinha condições para tal serviço e seu pai ficava maluco para devolver respeitosamente cada peça ao seu lugar original. Um outro descuido e lá estava ele no alto de outra sepultura para "beijar o santinho".

Aos cinco anos conmeçou sua coleção de santinhos de papel, nessa idade também começou a falar que queria ser padre. No sítio em que vivia, havia uma olaria de tijolos e seu passatempo favorito era brincar de modelar o barro amassado, nesse barro sempre fazia presépios (abstratos, é claro), mas ele identificava cada peça e assim de maneira simples, viveu sua infância. Aos quinze anos ingressou num seminário, viveu ali por dois anos até que sua mãe adoentou-se e ele saiu para acompanhá-la até que melhorasse, o que não aconteceu e ela veio a falecer. Então houve uma reviravolta em sua vida.

Com dezessete anos começou a trabalhar em um banco em São Paulo, depois num antiquário, onde se apaixonou por uma imagem barroca de Santo Antonio, - seu santo de devoção, não tinha dinheiro para comprá-la, mas namorava a peça diariamente. Mudou de trabalho novamente, e tempos depois, em 1989, encontrou o mesmo Santo Antonio em outro antiquário, pensou em comprá-lo até que em seu íntimo despertou um desafio: "Por que você não faz o seu Santo Antonio?". Foi então, que surgiu a vontade de conhecer as técnicas de cerâmica, sem muita noção de anatomia, sem as ferramentas básicas e sem o barro adequado, se aventurou a executar sua obra. o resultado foi uma peça tosca ,feia e acima de tudo desanimadora. Frustrado, comentou com uma amiga Salete Guida, dona de uma loja de artes na Serra da Cantareira, que ficou curiosa em ver o tosco e feio santo; Ao vê-lo, passou a ele a encomenda de uma Santa Bárbara, que uma cliente havia pedido para uma capela com o nome da santa numa fazenda do Mato Groso. Renato recusou alegando que não teria condições de executar tal pedido, até que Salete "ordenou" que fizesse e caso a cliente não gostasse, teria valido a pena o desafio. Sem muito ânimo, ele começou a modelar a peça; iconografia ele conhecia bastante, pois sempre lia as historias dos santos. Para sua surpresa, a cliente não só ficou com a peça, como ainda fêz nova encomenda, e Renato ainda sem acreditar começou a sua terceira peça e não parou mais. Com o passar do tempo e aumento das encomendas, o artista autodidata começou a pesquisar livros de cerâmica e a desvendar os segredos do barro e da arte barroca. Assim, como as encomendas, começaram a surgir os convites para expor seus trabalhos dando assim inicio a uma nova etapa.